terça-feira, abril 10, 2007

Sobre Árvores... Mas Principalmente Sobre Estrelas

Tá, isso não é um conto. É uma reflexão.

Por que montar um blog? Por que um dia, há dois anos, tive a vontade, impulso e desejo de montar um blog?

A primeira - e talvez mais óbvia das razões - era me forçar a escrever nem que fosse um texto por semana, com uma "deadline" de toda terça-feira. Por mais que um texto ruim fosse gerado, era um texto ruim. E, na sábia lição de uma das pessoas que mais admiro, "a chave de tudo está na regularidade. Saramago escreve duas páginas por dia. Duas páginas por dia dão mais de 700 por ano, dão dois livros". E foi pela busca dessa regularidade - pelo menos de prática, apesar da qualidade vir com a reiteração, esta não é garantida no mais das vezes - resolvi fazer um conto pequeno, que coubesse no blog, por semana.

Por um ano, funcionou. A seguir, hiatos. Criativos ou mesmo de minha própria mente. Claro, meus próprios compromissos profissionais e pessoais também contribuíram. Não mexo com palavras apenas na ficção, sou uma arquiteta delas em minha profissão também. Em cada palavra, um sentido. Em cada sentido, uma consequência. Logo, a busca do melhor dos sentidos... Mas enfim, não só de pão vive o homem. E meu prazer está longe de ser apenas aquele que me é oferecido por minha profissão.

E mais do que isso: a escrita está intimamente ligada ao espírito. Se você não está em harmonia, não adianta. A vontade de escrever se esvai, a inspiração cai por terra. Escrever é principalmente um ato de paixão. Pelas palavras, pelas histórias, pelos personagens, pelas circunstâncias.

E o que é a vida de um bardo sem a paixão? O que move um bardo sem suas histórias, sem poder transcrever seu mundo para as outras pessoas? Mesmo para um bardo oprimido por uma prisão de vidro, por que não contar as histórias que enxerga através dela?

Pois foi isso que pensei ao criar esse blog. Em contar as histórias que enxergo por minha prisão de vidro. Não é um local confortável de se estar, mas não é nenhum inferno. E só consigo suportar a vida dentro dela por saber que há um mundo lá fora. Que não posso tocar, mas posso ver, sentir... E que, mais ainda, a única forma como poderei tocar esse mundo é contando histórias sobre ele.

Mas há um outro sentido em ter um blog, um sentido extra além de poder contar histórias e não me sufocar.
Contar histórias é minha maneira de estar perto de alguém. Cada letra, cada suspiro, cada gotícula de inspiração serve para aproximar... Como se fossem pequenos pedaços de meu mundo que eu deixasse demonstrar. Cada letra, cada sílaba, cada pequena palavrinha são uma maneira de conectar mundos, aproximá-los, torná-los próximos.

Então, que voltemos a contar histórias.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carol, mais um texto comovente de sua autoria. Não quero fazer um comentário bobo sobre a gramática (que tá muito boa, por sinal xD), então... É isso aí. Gostei, fico aguardando novos contos ansiosamente, pois sei que vão ser bons. Como sempre foram.

Beijos.