As folhas se moveram depressa, formando um redemoinho antes de serem totalmente levadas pelo vento para o alto, para longe de minha vista ou meu alcance. Antes disso, porém, coloquei a mão sobre o rosto, protegendo meus olhos de qualquer resquício de poeira que pudesse atingi-los enquanto a ventania durou, apenas para poder olhar com mais clareza para frente após seu término.
Senti como se uma pedra de gelo percorresse minha espinha devagar, sem a menor pressa de se derreter ou deixar-me... Estava parado diante do caminho que deveria escolher – apenas um. Era apenas uma única escolha possível, uma única rota possível, um único rumo possível.
Era a busca de meu destino, daquilo que escolhi ser meu destino. Não fora fácil desvencilhar-me de várias amarras, superar vários obstáculos e vencer vários desafios antes de partir para a maior rota de todas: aquela que eu mesmo construiria através de cada passo dado.
Poderia simplesmente ficar parado em minhas terras, em meu lugar, sem buscar nada diferente de tudo aquilo que sempre tive. Poderia escolher uma vida pacífica, sem riscos, sem muito além daquilo que me era oferecido, do que sempre me foi oferecido. Poderia acalmar meu corpo e meu coração em apenas um lugar, sem me preocupar em buscar ou descobrir o que havia fora de lá.
Mas esse não seria eu.
Fechei os olhos devagar e respirei fundo antes de olhar a estrada que se bifurcava e as duas rotas possíveis. Fora necessária coragem para reunir sonhos, esperanças e principalmente força de vontade e partir rumo ao desconhecido. Fora necessário abrir mão de coisas tão importantes, eleger prioridades, fazer escolhas.
Porém, no fim, não era sempre nas escolhas que tudo terminava? Tudo da vida não partia de uma escolha feita? De pequenas a grandes coisas: a malha de meu destino é tecida com os fios de minhas escolhas.
Nova ventania atingiu-me pelas costas, levantando mais algumas folhas. Era meu desejo ser como elas: livres, levadas pelo vento para qual lugar fosse.
Talvez era melhor considerar aquilo como um sinal. Respirei fundo e, pronunciando algumas palavras de incentivo a mim mesmo, segui o rumo por onde as folhas foram, a estrada escolhida por elas para um rumo desejado, porém desconhecido.
Porque meu destino é ser livre como uma folha levada ao vento.
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Para começar.
Layout-padrão, mas por enquanto é funcional.
Até a próxima terça e espero que gostem!