quarta-feira, março 22, 2006

Aos Caríssimos Visitantes do Blog

O mesmo não está cancelado, apenas passa por problemas técnicos.

A blogueira em questão é universitária e isso traz muitos afazeres extra-blog a ela.

Espero resolver os problemas em breve e retomar a periodicidade :-)

quarta-feira, março 01, 2006

Luxúria

Olhei-a, a risada cristalina tomando o ambiente por completo. Vestia-se com um conjunto de vinil vermelho que realçava as belas formas de seu corpo, tinha olhos grandes e lábios carnudos, os cabelos louros presos em um coque no alto da cabeça. Simplesmente, era a personificação mais perfeita de tentação que eu poderia conceber e estava em minha frente, em um canto mais reservado do bar.

As palavras provocantes saíam de sua boca, assim como a movimentação de seu corpo. Era como se ela fizesse com que meus instintos primitivos viessem à tona com toda a velocidade possível, o desejo de possuí-la naquele local e naquele momento crescia assustadoramente.

E ela era ardilosa. Ajoelhou-se sobre a mesa e com as mãos – enfeitadas por longas unhas igualmente vermelhas – acariciou meu rosto enquanto punha um sorriso de convite nos lábios. Ria sonoramente, como se tudo fosse uma grande piada. Na verdade, estava perto disso: um jogo de sedução.

As coxas grossas se espalharam sobre a pequena mesa e os pés tiveram cuidado para não tropeçar na taça de vinho que eu bebia, a luz indireta do ambiente dando um tom azulado a sua pele. Seria tudo um estratagema para que eu percebesse sua roupa íntima – ou melhor, a falta dela? Os lábios carnudos, convite para o pecado, diziam levemente:

- Venha...

Não precisou repetir o convite. Com um movimento brusco, coloquei-me sobre ela na mesa, derrubando a taça e tingindo o tapete de vermelho. Minhas mãos percorriam devagar aquelas formas tão perfeitas, meus lábios roçaram de leve aquela tentação adornada com batom carmim.

Levantei-me para desabotoar minha camisa, acompanhado pela lascívia em forma de olhos. Mas, mais rápido do que eles puderam perceber, tirei minha pistola da cintura de minha calça e atirei rápido, sem um pingo de hesitação, na testa da garota sob mim.

Ao invés de sangue e pedaços de osso e massa encefálica, plástico retorcido pela bala e pedaços de metal. Mais alguns tiros e os olhos que espelharam luxúria se apagaram, o corpo que se movia em convite, prostrado sobre a mesa.

Uma andróide de sedução e eliminação. Um momento de prazer e a posterior morte. Pensaram que eu fosse cair nessa? Truque velho, pensei que meus inimigos fossem mais ardilosos para tentar me parar.

Além do que, imaginariam eles que eu teria alguma ilusão a respeito de um ser de formas tão perfeitas e provocantes... Ser uma garota humana? Ainda mais interessada em um pistoleiro tão sem atrativos como eu?

Faça-me rir!

***

Tempo escasso e atribulado.

Tarefas de execução necessária imediatas.